A arte de fazer caber um elefante dentro de um pé de meia

24 de março de 2010

Augusto Pinto
Depois que inventaram o extrato de tomate passei a acreditar que podemos guardar uma horta dentro da latinha. Mais difícil que isso é a arte da síntese na produção de textos, de qualquer espécie. Na verdade, textos longos qualquer idiota escreve e para quem duvida basta ler uma bula de remédio, ou o manual de instruções de um DVD.

Eu sou da teoria que as grandes nulidades se escondem por trás da verborragia. Nós tocamos nessa tecla no post “O princípio do aeroporto”, mas gostaríamos de voltar ao assunto, desta vez com outro enfoque. Mesmo considerando que a linguagem objetiva e sintética seja muito mais eficaz do que a verborrágica, será que dá para vender nosso peixe nos 140 caractéres do Twitter?

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O princípio do aeroporto

10 de fevereiro de 2010

Augusto Pinto

Há muitos anos, numas das primeiras vezes que viajei ao exterior, passei por lugares exóticos como Casablanca, Cairo e Istambul. Em nenhum desses lugares, obviamente, eu falava a língua nativa e muito menos os nativos falavam a minha (nem sequer o inglês). Jovem e inseguro, quando pisei no aeroporto de uma dessas cidades fiquei pensando em como raios iria encontrar minha mala. Para minha surpresa foi super simples e quando me dei conta estava na fila do táxi, sem nenhum problema, apesar dos inconvenientes da língua. Nessa viagem aprendi uma lição de vida muito importante: os aeroportos são construídos para levar qualquer idiota até sua mala na esteira rolante e daí até a fila do taxi. E isso não diminui o valor do arquiteto que desenhou o aeroporto, muito  pelo contrário.

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